Gizelly é participante do BBB20; conheça!

Advogada criminalista é capixaba e tem 28 anos

Gizelly é participante do BBB20; conheça!

Cabelo: ok, Insta: ok, Tribunal do Júri: ok. Gizelly brota no BBB20 para o desespero dos clichês. Gigi Furacão, a deusa da justiça, como é conhecida pelos mais chegados, é uma advogada criminalista apaixonada pela profissão. “Eu nasci para isso”, diz, a integrante do grupo da Pipoca no reality. Mas com 20 mil seguidores nas redes sociais, lipo e silicone em dia, muita selfie e foto de influencer, a vida apresentou para Gigi seu caso mais desafiador: o machismo.

“Para mim, é três vezes mais difícil: sou uma jovem advogada, mulher, não sou feia, e porque advocacia tem cheiro de homem, ela é patriarcal. Quando eu, desse jeito, babyliss no cabelo, toda maquiada, chego num DPJ, ou numa delegacia de madrugada, ou para uma audiência, assusta, choca. E ainda esperam que eu seja burra, mas aí se surpreendem mais uma vez".

"Eles acham que por ser mulher, eu vou ser frágil, vão gritar comigo. Eu não sou de estourar, eu sou uma pessoa educada, mas se você gritou comigo, eu vou gritar mais alto que você”, afirma.
 
E Gizelly não abaixa a cabeça mesmo! Apesar de já ouvir piadas sobre suas fotos de biquíni, ela nunca deixou de enfrentar quem atravessa seu caminho: “Quando eu estou no meu direito, aí que eu vou ‘barracar’ mesmo. Eu chamo quem tiver que chamar. Porque quando assumi esse compromisso em ser advogada, estou lidando com vidas. Eu tenho que garantir a aplicação da Constituição, eu tenho que garantir os direitos daquela pessoa”.

A voz firme, entretanto, vai falhando quando Gizelly vê sua mãe chorar ao seu lado no sofá. Márcia lembra da luta que enfrentou quando o marido faleceu e se viu sozinha para criar sua filha, então com 6 anos, como produtora de café na pequena cidade de Iúna, no interior do Espírito Santo.
“Tem 22 anos de luta sem o pai dela para eu chegar aqui hoje e poder dar essa entrevista para você. O dia em que o pai dela morreu, a primeira coisa que me veio foi um peso no meu ombro, eu senti o peso de um compromisso dobrado em cima de mim”, conta Márcia, neste momento já em lágrimas. Gizelly continua o relato e também não segura o choro ao relembrar sua trajetória:
 

“Eu sou uma sobrevivente. As coisas para mim sempre foram muito mais difíceis. Por isso eu tenho tanto orgulho da mulher que eu me tornei e das coisas que eu tenho. Só a gente sabe como foi para chegar aqui”.
 
Hoje, feminista por experiência e convicção, a advogada nem sempre pensou assim. Foi depois de terminar um relacionamento há cerca de três anos que muita coisa mudou em sua vida.
 
 

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”Eu sou uma pessoa sociável, gosto de gente, de conversar, sair. E ele começou a me podar, e me tornei uma pessoa que eu não era. Aí ele começou a me esnobar. Ele queria me ter como um objeto do lado dele, e eu tinha que aceitar essa situação. Até que um belo dia, eu tomei força e terminei para nunca mais”, conta.

Desde então, Gizelly fez da luta contra o patriarcado e o machismo uma de suas maiores bandeiras. Ela pode até fraquejar num primeiro momento, mas não desiste e dá trabalho para o anjo da guarda para o qual acende uma vela nos momentos mais difíceis.
Uma vez, ao realizar o sonho de fazer um Tribunal do Júri, um dos maiores desafios de um criminalista, com um especialista e referência na área, ela decidiu comemorar. Postou uma foto com seus colegas, escreveu um texto agradecida e feliz pela experiência, mas recebeu como resposta uma foto sua de biquíni em um grupo de colegas de profissão.
“Aquilo me destruiu. Chorei muito, mas me deu força depois, porque eu não sou só isso", conta.
 

"As pessoas têm que entender que eu posso ser bonita, sim, ter um corpão, sim, eu posso postar foto de biquíni, sim, e ser uma boa advogada, sim".
 
 
"Aquele Instagram não é doutora Gizelly Bicalho, é Gizelly Bicalho, eu. Eu sou mãe de cachorro, eu cuido da minha casa, eu cozinho, sou advogada, tenho uma loja com a minha mãe. Essa é a minha vida: mostro os perrengues, mostro eu bebendo, que essa sou eu”, diz a advogada, que ao receber a notícia de sua ida para o programa, chora, abraça a mãe e diz:
 

“Eu falei que ia aparecer na televisão quando crescesse!”