Tina, do BBB 23, conta processo de auto aceitação e celebra autoestima: 'Poderia vender a beleza no pote'

Loira pela primeira vez, Tina comenta sobre sua relação com as perucas: "Não quero ser só uma Albertina, quero ser várias" — Foto: GLIN+MIRA/gshow

Como a maioria dos adolescentes que já tiveram problemas com a própria imagem, não passou imune a esta fase. Hoje muito bem resolvida, a ex- conta como foi essa mudança de percepção sobre si, diz não sente mais vontade de fazer nenhum procedimento estético e revela quais são as celebridades que a ajudaram, sem saber, nesse processo de auto aceitação.

Inseguranças

O estereótipo da mulher brasileira, com corpo curvilíneo, seios e bumbum grandes e samba no pé é uma imagem “vendida” pelo mundo inteiro como se fosse uma atração turística. E são pensamentos como que esse que criam traumas em milhares de mulheres.

No caso de Tina, a insegurança com o corpo era tanta, que demorou anos até que se sentisse confortável em um tomara-que-caia ou em uma roupa com decote profundo. Rindo, ela relembra a época em que estava amamentando e com os seios maiores: “Eu tirava muita foto, batia uma selfie com os decotes”.

Mas o tempo passou e as questões estéticas foram ficando no passado. Ela conta que duas atrizes, com quem se identifica pelo biotipo, a inspiraram nessa jornada: “Fui vendo alguns perfis de mulheres, principalmente aqui no Brasil, como a Camila Queiroz e Isis Valverde, por estarem bem resolvidas [com o corpo]."

Autoaceitação

Durante um , a ex-BBB 23 comentou que, por muito tempo, não se enxergava como mulher, principalmente no período de transição capilar. “Foi uma trajetória bem lenta, mesmo quando eu fui miss estadual em Angola”, relembra Tina. E foi durante uma destas crises de imagem, que ela parou, se olhou no espelhou e cravou:

“Essa é a minha verdadeira beleza! Existe outra Albertina no mundo? Não existe! ‘Pode até ter com o mesmo nome’, eu falei para mim mesma. Eu consegui perceber que eu era um ser único, não tinha réplica de mim.”

Ela diz ter atingido, assim, o ápice do autoconhecimento que a fez se aceitar completamente como é. A analista de marketing também acredita que o fato de ter aparecido para milhões de pessoas no BBB, sem maquiagem e sem as laces, também a ajudou a se enxergar dessa forma.

“Eu poderia vender a beleza no pote hoje! Não vejo problema de estar aqui com vocês, nesse momento, de cara limpa.”

Mãe solo, Tina se emociona ao contar que perdeu o aniversário da filha por conta do BBB: "Tem o momento em que gente vai precisar abrir mão de certas coisas importantíssimas” — Foto: GLIN+MIRA/gshow

Cirurgia plástica

“Isso não é prioridade, eu não quero”, responde prontamente. Aos 30 anos, Tina afirma não ter mais interesse em mudar nada, menos ainda se submeter a uma cirurgia permanente... Exceto por dois procedimentos: “Talvez eu alinhe meus dentes e quero fechar minha diástase do pós-parto”.

Ela não desconsidera fazer, futuramente, um botox, mas balança a cabeça negativamente ao falar de ou qualquer técnica que altere seu rosto, e se diz muito bem resolvida com a mulher que vê diante do espelho!

“Primeiro foi necessário que eu visse isso, antes das pessoas enxergarem que eu sou bonita. Então, as pessoas falarem ‘você é muito bonita’, é uma coisa boa, a gente gosta de ser elogiada, mas é pelo fato de eu já ter me enxergando bonita. Se alguém falar ‘você é muito feia’, entra aqui e sai aqui. Não mexe comigo”, diz sorrindo.

Autêntica, sim. Grosseira, não!

Com o autoconhecimento, Tina também mudou, aos poucos, a sua atitude. A confiança que passou a ter com seu corpo, se refletia na sua postura: “Eu chegava às entrevistas de emprego com meu black, maravilhosa, me sentia confortável como eu estou agora, sem maquiagem, com as minhas manchas e me sentindo bonita o tempo inteiro”.

Mas nem todos relacionam tal personalidade com a de uma mulher negra bem resolvida, como foi o caso de Tina, que ganhou fama de grosseira durante sua participação no reality show. Apesar de, segundo a ex-sister, terem distorcido a realidade sobre ela, não é algo que a incomode.

“Quando é uma mulher branca, ela é considerada muito bem resolvida, ela é direta e verdadeira, mas quando é a mulher negra não, porque a gente sempre foi muito diminuída. Então, quando você tem autoconhecimento sobre si, saber dizer não e sim, que é uma coisa que eu sempre me posiciono, eu sabia que eu correria esse risco de ser taxada como grossa.”