Aos 25 anos, Victor Hugo já conquistou quase todos os títulos que almejou na vida. Formado em Psicologia e Letras, com mestrado em Saúde Pública, o maranhense de Imperatriz passou a vida inteira se dividindo entre a ciência e a arte. Horas antes de receber a notícia de que iria para o BBB20, o cientista havia sido informado que sua tese de doutorado foi pré-selecionada por uma universidade no Canadá. “Agora é só torcer para eles me aceitarem depois que eu ganhar R$ 1,5 milhão”, brincou. Ele está no grupo da Pipoca no BBB20.
De sorriso fácil, o pesquisador da Faculdade de Saúde Pública da USP mora com a irmã, Sara, em uma casa simples no bairro do Capão Redondo e trabalha como psicólogo clínico no Hospital das Clínicas de São Paulo. Encara com leveza a vida dura que leva na maior capital do país há oito anos e não se deixa abater naquilo que considera a maior vocação de sua vida: ajudar o próximo.
“Seja no hospital cuidando de doentes terminais ou nos palcos com meus projetos, minha ideia é sempre lembrar as pessoas que a vida vale muito a pena. Gosto de fazer diferença na vida delas”, afirmou o rapaz, que chegou a cursar Teologia para se tornar pastor e já fez trabalho voluntário em países como Bolívia, Chile, Estados Unidos e Austrália.
O lado artista é uma herança do pai, ex-empresário de uma banda de forró em seu estado. Cresceu nos bastidores, cantando, dançando e atuando. Já escreveu roteiros para o teatro, produziu musicais, duas sinopses de novela e tem uma série de 10 episódios finalizada.
“É thriller psicológico, já está registrada, falta só gravar. Já tenho até elenco”, revelou.
Bom de papo, Victor Hugo demorou a entender que não sentia atração sexual pelas pessoas. Se relacionou com mulheres, saiu com alguns homens até encontrar seu lugar no mundo:
"Sou assexual. É difícil para as pessoas entenderem isso. Elas querem te colocar em uma caixa e você só pode ser hétero ou gay”, desabafou.
Ele completa que sempre se sentiu diferentes das outras pessoas desde cedo: "Todo mundo só queria saber de namorar e eu só queria saber de comida”.
O primeiro beijo foi aos 16 anos e a primeira vez ainda não rolou. “Não tive vontade de fazer sexo com ninguém, sou virgem. Cheguei a pensar que pudesse ser gay, mas saí com alguns caras e não curti”, diz, ressaltando que nunca beijou um homem.
“Era só conversa. Beijo pra mim precisa de intimidade. É algo bem ponderado. Não é sempre que tenho vontade”, completou.
Victor não titubeou na hora de contar o que jamais faria dentro da casa mais vigiada do Brasil: "Não iria para debaixo do edredom. Só vou se a pessoa quiser apenas conversar por lá”.
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O BBB20 significa para ele a chance de dar um descanso para seus pais, que trabalham arduamente para manter a família. “Chegamos a ter uma condição de vida muito boa quando meu pai era empresário da banda, mas esse tempo ficou no passado. A realidade hoje é muito diferente”, lembra, abraçado a uma almofada que tem na estampa a foto de seus melhores amigos do Maranhão.
“Minha mãe está se recuperando de um câncer e precisa passar mais tempo em casa. Eu vou lutar para dar esse conforto a ela”, garantiu.
Mas será que Victor está disposto a tudo na busca por esse desejo? “Vou me priorizar. O BBB é um local onde você precisa ser egoísta. Vai ser muito difícil conseguir gerir as minhas amizades, porque faço amigos muito fácil, com as minhas escolhas lá dentro”, ressaltou o maranhense que espera ser o mocinho da edição:
“Se forem me ver como vilão, acho que terão me entendido errado. É a única possibilidade”.
Se ele pretende escolher entre a ciência e a arte? Jamais! “São coisas que se entrelaçam. Letras é científico, mas também é artístico. A Psicologia também. Vou seguir conciliando tudo”.
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